"Vamos chegar em 2010 com força para vencer as eleições", diz Guerra
Agência Tucana
O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), garante que o debate público feito em todo o país está amadurecendo o partido para as eleições de 2010. Segundo ele, ao contrário do que muitos pensam - e o adversário torce -, os pré-candidatos tucanos à Presidência da República, os governadores Aécio Neves (MG) e José Serra (SP), estão unidos no firme propósito de levar o PSDB à vitória.
Leia abaixo a íntegra da entrevista concedida pelo presidente Sérgio Guerra à Agência Tucana.
O PSDB mostrou, na última segunda-feira (16), em Recife, que é uma alternativa política e administrativa concreta para o Brasil?
SG - O PSDB é um partido que tem toda uma tradição de discussão aberta. No PSDB, ninguém esconde as coisas. A tradição é essa: as pessoas opinam, mostram seus pontos de vista de uma forma que seja pública. Nos últimos tempos, ficou configurado um quadro crescente de aparente falta de harmonia entre os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra. Em Recife, ao contrário, ficou claro que essa harmonia existe. Os dois perseguem os mesmos objetivos, têm pontos de vista muito semelhantes sobre o país e estarão juntos para disputar a eleição para a Presidência da República. Quem apostava nessa divisão, como disse Aécio, vai se dar mal. E o Serra disse a mesma coisa. Isso tudo foi afirmado à imprensa e a dezenas de quadros do PSDB: vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais e senadores.
Essas críticas não atrapalham o partido?
SG - O partido deu uma prova de que vai para frente e não ficará emperrado em eventuais disputas internas. Todos nós entendemos que a democracia é boa, que é preciso ouvir, abrir muito a discussão, mas nada disso deve prejudicar nossa unidade e nosso enfrentamento com o PT. Nosso partido vai amadurecendo cada vez mais. Estamos nos preparando, progressivamente, para essa eleição de 2010, para chegar nela com a força de que precisamos ter. O partido recebeu em Recife um vento novo e esse vento logo vai se formar a favor do Brasil.
Quais são os próximos passos dentro do calendário para a sucessão presidencial?
SG - O partido já decidiu o seguinte: no primeiro semestre, vamos cuidar da nossa estruturação junto com partidos aliados, de maneira especial o Democratas e o PPS. No segundo semestre, vamos cuidar da eleição presidencial do ponto de vista de nossas escolhas. Esse calendário geral está sendo cumprido. Evidentemente, neste semestre haverá pelo Brasil acontecimentos do partido, que vão mostrar a sua presença e a de seus líderes, entre eles os governadores de Minas e São Paulo. Eles estarão juntos sempre que possível, falando aos membros do PSDB. O detalhamento do cronograma depende muito de ajustes com as direções locais e regionais do PSDB. Nossas articulações também chegam a setores do PMDB e de outros partidos com os quais temos conversado.
Como vai se desenrolar esse processo de discussão para 2010?
SG - Tanto o governador de Minas, quanto o de São Paulo tem responsabilidades ao governar seus Estados. Eles também têm responsabilidades com o povo brasileiro, que espera muito deles, e com o seu partido. Então, a discussão que nós vamos fazer será sempre construtiva. Vamos mostrar que o nosso processo de escolha é democrático, com participação e que o confronto é apenas de pontos de vista. Isso vai se dar com todo o cuidado, toda a responsabilidade, até porque o adversário aposta na nossa divisão e nós vamos enfrentar isso.
Há também nessa agenda comum ações coordenadas com outros grupos sociais?
SG - Isso está ocorrendo todo dia. O partido está vivo e interagindo em todo lugar. O Instituto Teotônio Vilela (ITV - órgão de estudos e de elaboração de políticas vinculado ao partido) está cumprindo uma ampla agenda de integração com setores sociais, intelectuais e representantes de setores organizados da sociedade civil. O PSDB está cada dia mais aberto e nosso objetivo é multiplicar essas iniciativas por todo o Brasil.
Isso que a oposição faz não pode ser considerada antecipação ilegal da campanha?
SG - Há uma diferença muito grande entre o que o governo faz e o que nós fazemos. Nós estamos fazendo funcionar o partido, mobilizando suas forças com seus líderes principais. O que o governo faz é usar a sua máquina e a sua estrutura, suas inaugurações, suas fiscalizações e seus factóides para promover uma campanha que não é conhecida. Todo mundo já notou que as diferenças são fundamentais e gritantes.
Como combinar o debate sobre a crise econômica mundial e a sucessão presidencial?
SG - A agenda do partido para 2010 inclui a avaliação da crise. Examinamos os aspectos dessa crise país afora. Estamos discutindo esse quadro com os movimentos sociais, para saber como todos estão enfrentando a crise. Na área de nossa execução, ou seja, nos governos estaduais e municipais onde atuamos, há programas de enfrentamento da crise. Isso
Já é possível vislumbrar algumas das bandeiras e mudanças para o país que o PSDB irá defender na eleição de 2010?
SG - Sim. Vamos promover um combate incessante e forte à demagogia. Vamos ter de volta a capacidade gerencial. Os projetos que o governo definir e desenvolver serão efetivamente priorizados. Vamos resgatar o planejamento, que quebrou, não existe mais. O que existe hoje é um saco de projetos, como esse tal de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Vamos dar novo padrão à educação brasileira, que está em declínio óbvio e consumado. Vamos investir pesado na saúde que, desde José Serra, não tem ministro. E vamos fazer as reformas que o Brasil deve há muito tempo. Tudo isso deverá estar embutido no nosso projeto para 2010.
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