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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Alunos de escola estadual apresentam concerto na capital




Com idades entre nove e 15 anos, 30 alunos da Escola Estadual Padre João Botelho não escondem a ansiedade. Também não é para menos. Nesta quinta-feira (18), eles vão ter uma noite muito especial. Na verdade, uma noite de gala. Pela primeira vez a Orquestra Jovem da Escola Estadual Padre João Botelho se apresenta em público, durante o Primeiro Encontro de Orquestras Infanto Juvenis do projeto Educativo e Cultural Música nas Escolas que abre oficialmente sua quarta temporada em Belo Horizonte.


Com entrada franca, a apresentação será no auditório do Cefet, avenida Amazonas, 5.253, Nova Suíça, às 18h. O concerto reúne também a Orquestra Jovem V&M do Brasil e a Comunidade do Barreiro, sob regência do maestro Rogério Alves Vieira. Após a apresentação, as orquestras irão realizar concertos gratuitos em escolas públicas, creches e hospitais de Belo Horizonte e de cidades da Região Metropolitana e interior de Minas, durante o segundo semestre de 2009.


No concerto de quinta-feira, a Orquestra Infanto Juvenil da Escola Estadual Padre João Botelho interpreta peças famosas como Asa Branca, Cai, Cai Balão, e Greensleeves. O corpo de músicos estudantes é composto por 35 alunos de comunidades carentes. Desses, 16 se apresentam no Cefet. Na orquestra, eles aprendem a tocar flautas doce e transversal, violino, viola, contra-baixo, violoncelo e teoria musical. Já a Orquestra Jovem V&M do Brasil e Comunidade do Barreiro apresentará um repertório que mescla clássicos eruditos com composições populares.


Obras de Bach, Mozart, Ary Barroso, Edith Piaf, Luiz Gonzaga e Ennio Morriconne estão no espetáculo; além de temas de filmes famosos como Guerra nas Estrelas. Novas oportunidades A Orquestra Jovem da Escola Estadual Padre João Botelho é composta por 37 músicos e estudantes, que aprendem e aprimoram seu conhecimentos em flautas doce e transversal, violino, viola, contra-baixo, percussão, trompete, fagote, violoncelo e teoria musical.


Desses músicos e estudantes, 30 se apresentam no Cefet. Segundo a diretora Escola Estadual Padre João Botelho, Eliane Oliveira, a música contribui muito para a aprendizagem dos alunos, melhora o raciocínio e o relacionamento entre os estudantes. “Fico num orgulho só com o potencial dos alunos, que é imensurável.


E em ver o que a escola pública proporciona”, afirmou. Eliana Oliveira conta que alguns dos alunos tocam durante celebrações na escola. “A partir da música, estamos criando novas oportunidades para os alunos. Já é tradição na escola trabalhar a cultura e o nosso foco é o acesso à arte.


A Escola Estadual Padre João Botelho desenvolve festivais da canção, mantém uma caravana poética e também a orquestra de música popular”, disse. Valorizando talentos De acordo com o coordenador da Imago Mundi Cultural, produtora do Música nas Escolas, Gustavo Freire de Alvarenga, o trabalho de formação de uma orquestra é um longo processo, no qual pouco a pouco se incorpora o aprendizado técnico que se transforma em resultado artístico. “Trabalhamos com duas orquestras em fases bem diferentes de formação e aprendizado. Enquanto o grupo da escola Padre João Botelho está em processo de aprendizado e formação há apenas um ano, a Orquestra Jovem V&M do Brasil e Comunidade do Barreiro atua há quatro anos e realizou mais de 40 concertos, atingindo um público superior a 10.000 pessoas. “Esses concertos foram apresentados em escolas, hospitais e comunidade em geral”, explica Alvarenga.


O projeto Música nas Escolas começou em 2005, com apresentações de música erudita e popular brasileira em versão instrumental, nas cidades de Belo Horizonte e Pouso Alegre. O projeto tem como premissa básica possibilitar aos alunos de escolas públicas o contato com a música, através de concertos realizados nas próprias escolas. Patrocinado pela V&M do Brasil, via Lei Estadual de Incentivo à Cultura, o Música nas Escolas pretende diminuir a distância entre a juventude e o universo das músicas erudita e popular, conforme avalia o coordenador Geral do projeto, o produtor cultural José Roberto Lages. "Há uma histórica escassez de opções de lazer cultural para esta parcela da juventude. E, além de permitir o acesso a músicas de qualidade inquestionável, o projeto pode estimular o surgimento de novos talentos artísticos e colaborar para promover a inclusão social e cultural", analisa.


Lages informa que a decisão de realizar as apresentações em escolas da rede pública resulta em benefícios que vão além da democratização de bens culturais. "Atividades extracurriculares reforçam a imagem simbólica da escola como parte essencial da vida da comunidade em que está inserida. Esse reforço é importante para promover a sociabilidade e o desenvolvimento integral dos alunos. E, além disto, o Música nas Escolas colabora para melhorar o rendimento escolar e reduzir os índices de evasão escolar, além de envolver toda a comunidade na educação de crianças e jovens." acrescenta. Além de patrocinar o Música nas Escolas, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a V&M do Brasil adquiriu todos os instrumentos musicais das duas orquestras, com recursos próprios e sem a utilização de leis de incentivo à cultura.


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