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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Região Metropolitana da capital terá mapeamento em 3D



A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) vai ganhar novo mapeamento, todo em 3D. Isso só será possível devido ao “Mapeamento Básico do Vetor Norte da RMBH”, realizado pelo Governo de Minas.



Com metodologia inovadora, o projeto de pesquisa, desenvolvido em 2008 pelo Instituto de Geociências Aplicadas (IGA), vinculado à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), vai fazer o planejamento cartográfico na escala de 1 por 10 mil, o que significa que 1 centímetro no mapa corresponde a 10 mil centímetros na realidade.



O último mapeamento é de 1977 com escala de 1 por 25 mil e não houve nenhuma atualização. A área correspondia a apenas 14 municípios, hoje são 34. Para conseguir este resultado é preciso gerar ortofoto volumétrica, ou seja, imagem fotográfica retificada para remover qualquer distorção e deslocamentos do relevo.



De acordo com a coordenadora do projeto, a engenheira cartógrafa e doutora em fotogrametria do IGA, Cláudia Saltarelli, a ortofoto volumétrica é formada por fotografias aéreas retificadas com informações sobre relevo e edificações.



“É necessário corrigir as deformações do filme referentes à refração atmosférica e imperfeições da lente da câmera com modelos matemáticos”, informa. O projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), vai mapear uma área de 23 mil km². No ano passado, o secretário Alberto Portugal assinou termo de outorga para liberação de recursos na ordem de R$ 760 mil.



Segundo Saltarelli, com este material será possível identificar nascentes, tipo de vegetação, loteamento, arruamento, estudo de transportes viários e ferroviários, áreas para implantação de aterros sanitários, uso e ocupação do solo, rede de drenagem e prevenir acidentes com resíduos industriais. “Trata-se de uma ferramenta essencial para o planejamento das ações de governo”, afirma. Ela explica que para fazer uma obra na estrada, por exemplo, é necessário desapropriar, verificar as edificações e para onde vai o loteamento.



“Com essas imagens fica mais fácil tomar decisões. O mais importante é conscientizar os governos para criação de uma política cartográfica para o Estado. Assim, poderemos evitar o desperdício”, destaca.



Uma empresa de Aerolevantamento, cadastrada no Ministério da Defesa, vai fotografar a RMBH durante 15 dias. A equipe do IGA é formada por engenheiros agrimensores, cartógrafos, digitalizadores e fotogrametristas. A diretora de Geografia e Geomática do IGA, Aliane Baeta, disse que a previsão é que o trabalho seja entregue até setembro de 2010. “Se antes era necessário usar softwares da Alemanha, Suíça, França e Canadá, agora, será empregado um software com tecnologia 100% brasileira, desenvolvido em Belo Horizonte por um pesquisador mineiro e com custo 50% menor”, acrescenta.



A tecnologia inovadora é de geração automática de ortofotos e visa diminuir a desatualização da imagem. O programa conta com a parceria da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru). Vão ser geradas automaticamente ortofotos, reduzindo o tempo de entrega e produção do material.



Para a diretora do IGA, Cláudia Werneck, num estado do porte de Minas é uma conquista extraordinária mapear a RMBH com uma escala de 1 por 10 mil usando tecnologia de ponta. Segundo ela, a ortofoto volumétrica contém diversas informações como a altitude. “É a primeira parte de um mapeamento muito maior, que pretende atingir todo Estado”, destaca.

Ela também informou que o documento gerado será uma base oficial única que servirá de consulta para diversos órgãos, além de ser disponibilizado pela internet futuramente. O principal desafio, segundo Werneck, é com o usar a tecnologia para baixar o custo e diminuir o tempo de produção.



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