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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Artistas e empresários apontam múltiplas faces do projeto


Conhecida por sua vocação para o Turismo de Negócios, Belo Horizonte passará a receber um público interessado em outra forma de turismo a partir da implantação do Circuito Cultural da Praça da Liberdade.



Segundo o secretário de Estado de Cultura, Paulo Brant, a ideia é atrair pessoas que consomem arte, história e ciência, transformando a Praça da Liberdade e os prédios do seu entorno em uma espécie de caixa de ressonância da riqueza cultural de Minas Gerais. Para ele, o Circuito Cultural deve ser entendido como um projeto complementar a outro de fundamental importância para o Estado: a construção da Cidade Administrativa, no bairro Serra Verde, Zona Norte de Belo Horizonte.



“Se podemos entender a Cidade Administrativa como um monumento à gestão pública moderna, eficiente e transparente, o Circuito Cultural representa a sua outra face, porque não há desenvolvimento sem cultura. Minas Gerais é o Estado matriz da cultura brasileira e essa Praça está virando um grande território cultural de Minas”, disse Paulo Brant.



História recontada



Museógrafo premiado no Brasil e no exterior, Gringo Cardia, afirmou que sente orgulho em participar do projeto de construção do Circuito Cultural. Ele é um dos responsáveis pela instalação do Memorial de Minas Gerais no antigo prédio da Secretaria de Estado da Fazenda, com o patrocínio da Vale. O Memorial vai contar a história de Minas com os olhos no futuro. Cenários reais e virtuais vão se misturar para recontar os principais fatos ocorridos no Estado a partir do século XVIII. A inauguração está prevista para março do ano que vem.



“É um projeto excepcional, único do Brasil. Fazer um circuito cultural em torno da praça principal da cidade, com conteúdos tão incríveis, é algo maravilhoso. Essa praça é a referência simbólica da cidade, é onde ela começa e é a partir desse lugar que está sendo redescoberta. Esse espaço vai devolver à cidade esses palácios fantásticos que foram feitos para começar uma cidade. É uma renovação importante e uma ebulição cultural e de pessoas muito legal”, disse Gringo Cardia.



Ousadia



Para o designer, curador e diretor de documentários Marcello Dantas, transformar o núcleo central de uma cidade em lugares públicos de cultura, ciência, arte e reflexão é uma iniciativa ousada. Dantas participa da implantação do Museu das Minas e do Metal, no prédio onde funcionou a Secretaria de Estado de Educação. O museu tem patrocínio da EBX e abrigará importante acervo sobre mineração e metalurgia, documentando duas das principais atividades econômicas do Estado. Dantas também elogiou o modelo de gestão do Circuito Cultural.



“A iniciativa é ousada e o modelo de gestão que está sendo feito é interessantíssimo. Um modelo em que o governo participa, mas na realidade a iniciativa privada toca e isso faz com que as coisas aconteçam. Tem vários projetos em que estou envolvido em várias partes do mundo que demoram muitos anos para acontecer e aqui as coisas acontecem muito rápido. Esse projeto saiu do papel e está em fase de conclusão em um ano e meio. Em menos de dois anos ele vai estar pronto. Outros projetos parecidos demoraram cinco anos, seis anos”, disse ele.



Segundo Marcello Dantas, a escolha do espaço para implantação do Circuito Cultural não poderia ser mais adequada. “Se você fosse fazer um museu do carnaval, você teria que montá-lo no Rio ou na Bahia. Para fazer um museu sobre a história da liberdade, da formação do interior do Brasil, só poderia fazer isso aqui, tudo começa aqui, começa nessas esquinas. É através da mineração que se descobre o Brasil e o lugar pertinente para se fazer isso é aqui”, afirmou.



Projeto contemporâneo



A empresária Ângela Gutierrez, criadora do Museu de Artes e Ofício de Belo Horizonte e do Museu do Oratório de Ouro Preto, disse que o Circuito Cultural da Praça da Liberdade é um projeto moderno e contemporâneo.



“Essa praça é patrimônio sentimental de todos nós, belorizontinos e mineiros. É um espaço extremamente importante e temos grande carinho por ele. Vejo que, em muito boas mãos, esse projeto está caminhando. Acho que é um projeto moderno, contemporâneo, atualizadíssimo e que vai dar ao cidadão dessa terra e ao brasileiro de maneira geral orgulho de pertencer a esse país”, disse ela.



Preservação do patrimônio



Segundo o secretário-executivo do Circuito Cultural, Estevão Fiúza, o projeto é o maior complexo cultural integrado do país. Ele também destacou a importância da preservação do patrimônio arquitetônico formado pelos prédios que integram o projeto.



“O fato dos prédios todos funcionarem como um circuito e constituírem um único projeto fazem com que esse espaço hoje seja o maior espaço nesse segmento no Brasil”. E esse patrimônio estava se perdendo. A restauração dos prédios e a mudança das secretarias que aqui funcionavam para a Cidade Administrativa estão nos possibilitando entregar para a população, que é o verdadeiro dono.



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