
Palácio da Liberdade Data: 03/12 Assuntos: Eleições 2010 e PSDB SEM REVISÃO AÉCIO NEVES
Estou tendo o prazer enorme de receber aqui, companheiros muitos próximos do PSDB, o senador Tasso, uma das lideranças maiores do partido, ex-presidente do partido; o companheiro Pimenta da Veiga, que mesmo sem mandato, é ainda uma das mais importantes lideranças do partido, também ex-presidente nacional do partido, ao lado do deputado Rodrigo de Castro. Na verdade, não é uma agenda específica. Mais uma avaliação que nós temos feito permanentemente do quadro político, do quadro eleitoral e o sentimento comum, de todos nós, é de que nós temos uma enorme responsabilidade com a construção desse processo eleitoral. Temos a compreensão de que a nossa unidade é absolutamente decisiva para termos êxito nesse processo eleitoral e eu reafirmei apenas ao senador Tasso aquilo que tenho dito a vocês. Reiterei que o meu nome está à disposição do partido, mas eu acho que a contribuição que eu possa dar como candidato a presidente, ela seria mais efetiva num tempo mais curto, exatamente para que eu pudesse estar construindo outras alianças. Mas o partido saberá tomar a decisão e qualquer que seja a decisão do partido, eu respeitarei.
É em dezembro ou janeiro que o senhor vai definir?
Eu não marquei uma data limite. Eu diria a vocês que eu quero tomar a decisão, pelo menos íntima, até o final do mês de dezembro. E mesmo que eu possa – nós temos aí uma última semana de férias, de festas, um pouco complicada – possa ser que os primeiros dias de janeiro sejam mais adequados. Mas o prazo para a minha decisão pessoal é até o final do mês de dezembro. E se o partido optar por estender o prazo da sua decisão, certamente terá motivos para fazê-lo, cabe a mim mergulhar nas coisas de Minas, dedicar-me à construção dos nossos palanques de Minas, porque eu tenho como prioridade pessoal dar continuidade ao projeto que se iniciou em 2003. Então, nós temos que consolidar as nossas alianças, construir os nossos palanques regionais e trabalharmos para dar a vitória aqui ao nosso candidato, mesmo que não seja eu o candidato do partido.
Desde que o senhor anunciou essa data, o senhor sentiu que dentro do partido alguma coisa mudou na relação, nas conversas internas?
O senador Tasso é melhor para responder essa pergunta. Eu tenho manifestações de muita simpatia de várias partes do país, como também existem outros que preferem a candidatura do governador Serra, até porque é uma candidatura extremamente vigorosa. Não há dúvida de que tanto o Serra quanto eu, senador Tasso, Pimenta, Rodrigo e tantos outros, temos a compreensão de que só a nossa unidade nos levará à vitória. E ela ocorrerá. Eu tenho sido absolutamente claro e leal para com o partido. Tenho disposição para enfrentar a disputa, acho que posso construir um discurso afirmativo, com os olhos postos no futuro, na agenda que ficou por fazer, mas isso ao final de março, por exemplo, não teria êxito, porque até lá muitas dessas forças políticas que têm emitido sinais, muitas delas muito claros de simpatia ou disposição de uma aproximação conosco, já terão decidido o seu caminho. A minha lealdade com o partido me permite ou me obriga a dizer que até o início do mês de janeiro eu estou à disposição do partido. A partir daí, eu reitero, volto as minhas forças para a construção da nossa vitória em Minas Gerais.
O governador Serra é conhecido por deixar, por se decidir na última hora, muitas vezes não assumindo a candidatura. Se isso ocorrer, vamos tratar de uma hipótese, o senhor atenderia a um apelo ou essa decisão do senhor é definitiva?
É definitiva. No momento em que eu me afasto, eu vou me dedicar como sempre fiz integralmente à questão mineira. E, obviamente, o partido saberá construir outras alternativas para disputar e vencer as eleições, sempre com meu apoio.
E essa questão mineira seria, é que nesse momento o senhor estaria optando por ser candidato ao Senado?
É a alternativa mais provável se eu não for candidato à Presidência da República.
TASSO JEREISSATI
O PSDB está apreensivo?Eu fico feliz que o PSDB tenha um bom problema. Qual é o bom problema?
Nós temos dois grandes candidatos. Dois fortes e competentíssimos candidatos. O governador de São Paulo, José Serra, e o governador de Minas, Aécio Neves. É melhor do problema que viveu e vive o PT, que não tinha nenhum e teve de inventar um candidato. Nós temos dois bons. Este problema não nos assusta porque nós temos a certeza de que vamos sair unidos. Os dois vão sair juntos, seja qual for o resultado.
Existe não só por parte do governador Aécio Neves, mas por parte de todo o partido, uma ansiedade, que pelo menos, durante o mês de janeiro, nós tenhamos uma solução e nós já possamos ter um candidato na rua, pedindo votos, fazendo as nossas propostas, colocando as nossas propostas porque o presidente da República, o PT, antecipou a candidatura, a campanha presidencial, de uma maneira inédita no país. Não é o costume no país antecipar tanto, mas diante do fato, nós precisamos antecipar. Mas viemos aqui também conversar com o governador Aécio que é fundamental que sua participação seja até o momento da escolha. Ela é uma opção real do partido. Cada vez mais é uma opção que assusta muito os nossos adversários e a decisão dele tem de ser uma decisão no momento certo, no momento correto, para que o partido não perca esta alternativa que hoje é muito importante que tenhamos.
Então o senhor está falando não se ter em janeiro e o partido decidir em fevereiro ou março e ele também.
Eu não posso negar, não posso dizer, que existe uma ansiedade muito grande dentro do próprio partido para que haja uma definição. O partido está louco para ter um candidato na rua. O partido está louco para sair pregando, falando das nossas propostas, o que nós enxergamos para o futuro do Brasil e essa é a ansiedade do partido. O que nós queremos é que as alternativas que nós temos hoje...
Quais são as alternativas?
O governador Aécio Neves e o governador Serra.
Vice.
O governador Aécio nos deixou muito claro aqui que não aceita a candidatura a vice.
Foi falada essa hipótese?
Foi falada essa hipótese, não eu falei porque ele coloca e com toda razão, porque é uma alternativa cada vez mais forte a sua candidatura. Então nós não colocamos, mas de uma maneira geral, ele colocou que se não houver uma definição mais cedo possível por parte do partido, ele não é candidato nem a presidente, nem a vice. Mas eu acho que vai coincidir seu desejo com a ansiedade do partido.
O senhor acha que essa demora do governador Serra em definir pode prejudicar o partido porque com essa demora, de repente, o governador Aécio pode desistir, como ele vem dizendo?
Não acredito que venha prejudicar o partido e nem seja esse o desejo do governador. Há um momento inédito no país porque há uma precipitação da campanha eleitoral e o partido precisa e quer um candidato na rua já. Então, é oportuno que nós tenhamos também essa candidatura nossa lançada também logo no início do ano.
Não parece que a cúpula do PSDB já está escolhendo o Serra, não? O pessoal de São Paulo? E para completar, se o partido está louco para decidir, por que não decide?
É isso que estamos conversando. Viemos aqui conversar. O governador Aécio Neves tem colocado essa sua posição e nós viemos aqui justamente conversar com ele sobre qual seria a oportunidade, e nós achamos também que a oportunidade é o início do ano.
Seria convencer o governador Serra sobre essa necessidade?
Acho que tudo se faz conversando. Somos um partido só temos afinidades em programas, em ideias, em visão de mundo total e evidentemente que vai chegar um momento em que só cabe um e vai sair um.
E aquele que não for o candidato vai dar as mãos àquele que for candidato. O PSDB está perdendo tempo?
Não acho que perdendo tempo não é bem a palavra, mas é preciso que a construção de uma proposta de alianças seja feita logo no início do ano que vem. Até este momento, não diria que perdemos tempo. Se a partir de janeiro não houver uma definição, pode ser que aí venhamos a perder tempo.
Os problemas que o DEM está enfrentando elevam o PSDB a alterar esse cronograma de definição?
Não. Os problemas que o DEM está enfrentando são localizados e não vão afetar o DEM nacionalmente. Não afeta a chapa?Não afeta a chapa. É um problema localizado em Brasília e tenho certeza que eles estão tomando as medidas enérgicas, necessárias para que sejam resolvidas todas essas questões que realmente foram muito graves.
Vocês pretendem falar com José Serra que ele tem que definir até janeiro?É preciso levar ao partido. Vamos levar a discussão ao partido o que é ansiedade. O que há é a posição do governador Aécio sobre sua decisão de que em janeiro nós tenhamos uma decisão e que, de novo, coincide com a posição do partido.
Quando o senhor diz que o nome do governador Aécio Neves assusta cada vez mais os adversários, o senhor está querendo dizer que ele está se fortalecendo mais internamente no PSDB também e junto aos aliados?
O governador Aécio sempre foi muito forte internamente. Nunca foi fraco não. Agora ele está se mexendo mais.
Então, isso está aparentando mais, mas ele sempre foi muito forte. Minas, por natureza, e governador de Minas por definição, por história, por tradição, é sempre forte no cenário nacional. O senhor diria que a disputa interna está equilibrada hoje em dia?
É muito equilibrada. O governador Aécio Neves pelo papel, pelo governo que fez e está fazendo aqui em Minas Gerais potencializou essa potência que é Minas Gerais no cenário político do partido e do Brasil como um todo.
Apesar de todos esses apelos o governador José Serra continua resistindo a essa antecipação em janeiro. Como fazer isso? Vencer essa resistência do governador José Serra?
Como dizem aqui em Minas Gerais: Piano, piano, se va lontano.
PIMENTA DA VEIGA
Qual é a posição do senhor? O partido tem que ficar nas mãos, da decisão do José Serra? O dia que ele quiser e falar que é a data dele?
O que posso dizer é que saio hoje do Palácio da Liberdade revigorado. Pela manifestação firme do governador Aécio Neves em disputar a candidatura à Presidência da República pelo PSDB. Acho que há três razões para que isso se decida rapidamente. A primeira é que o partido está enfrentando, precisa enfrentar o comportamento de nossa adversária que está em plena campanha. O segundo ponto: precisamos fazer as alianças partidárias. Isso demanda tempo. Portanto, é preciso definir o candidato para, em torno dele, serem feitas as alianças partidárias. E terceiro: é preciso que o candidato possa coordenar as questões regionais. Isto tem um tempo e, portanto, a candidatura deve ser definida o quanto antes, já em janeiro, para que esses pontos possam ser atacados.
Parece que vai começar agora uma pressão forte mesmo em cima do governador José Serra e definir. Parece que parte da cúpula quer que a definição seja em janeiro assim como o governador quer.
Não diria que vai ser exercida pressão sobre ninguém. O partido tem o interesse de definir e isso já é um sentimento, hoje, majoritário no PSDB nacional. Tem um interesse em definir rapidamente a candidatura. Acho que é extremamente positivo que o partido esteja examinando a possibilidade da candidatura de dois eminentes filiados. Certamente, a candidatura de Aécio Neves vem apresentando um grande crescimento depois do trabalho que foi realizado em diversas regiões do país e hoje, eu diria que há uma posição de absoluta integração de esforços e muita harmonia dentro do partido, mas o nome precisa ser definido.
O PSDB de Minas conseguiu angariar mais apoio interno dentro do PSDB? A própria presença do senador Tasso Jereissati fortalece mais essa posição de cobrar que o PSDB nacional decida de uma vez por toda essa questão?
É preciso definir. E o crescimento da candidatura de Aécio Neves é porque está claro que é uma candidatura que pode agregar. Se for definido o nome de Aécio, e quanto mais rapidamente melhor, estou certo que muitos partidos irão formar nessa aliança. Você diria que esse pensamento hoje, dentro do PSDB nacional, aumentou?Acho que está crescente permanentemente.
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