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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Mostra de jovens do Fica Vivo! chega ao Shopping Del Rey, em Belo Horizonte

A Praça de Eventos do Shopping Del Rey, na região Noroeste de Belo Horizonte, exibe, até este sábado (17), a exposição de telas de grafite feitas pelos jovens do programa de controle de homicídios Fica Vivo!, da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). A mostra recebeu o nome de “Cidades” e traz o trabalho feito por jovens moradores de regiões com altos índices de violência, mostrando a forma como eles enxergam o espaço em que vivem.



A exposição itinerante foi apresentada em dezembro de 2009, no Palácio das Artes, e hoje ocupa o primeiro andar do Shopping Del Rey, próximo à portaria I. Os autores dos trabalhos são jovens da faixa etária de 12 a 24 anos, atendidos pelo programa Fica Vivo! em dez Núcleos de Prevenção à Criminalidade (NPCs) da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH): Minas Caixa, Veneza, Ribeiro de Abreu, Cabana, Pedreira Prado Lopes, Serra, Santa Lúcia, Vespasiano, Taquaril e Morro das Pedras.




Exposição



Estão expostas 36 telas que demoraram cerca de dois meses para ficarem prontas. Elas retratam a arquitetura dos morros, de monumentos históricos da cidade, a relação do jovem com o espaço urbano e cenas que remetem a perspectivas de futuro. “Há desde visões mais apocalípticas até outras mais idealizadas e utópicas”, descreve o curador da mostra Piero Bagnariol.



Na inauguração da mostra, que aconteceu na sexta-feira (9), os jovens que participam da oficina de Hip Hop do NPC Palmital fizeram uma apresentação de dança embalados pelo som do DJ Ló, oficineiro do mesmo Núcleo. Outra atração foi o grafite ao vivo, feito pelo oficineiro Bá, do NPC Cabana.



Incentivo



O oficineiro do NPC da Pedreira Prado Lopes, Bernardo Cosme do Amaral, explica que, apesar da cidade ser uma só, cada pessoa tem a sua comunidade, a sua casa e, consequentemente, uma visão diferente sobre elas. “Cada um pode trazer até mesmo um problema pessoal para dentro da tela. A exposição mostra que o trabalho artístico apresentado não foi feito em vão e incentiva que os jovens continuem na atividade”, explicou.



O próprio Bernardo frequentava as oficinas do Fica Vivo antes de se tornar oficineiro, há três anos. Ele destaca que a atividade é importante até mesmo para os jovens que não têm pretensões profissionais. “O programa oferece aos jovens novos caminhos e oportunidades”, afirma.



De acordo com a diretora de Promoção Social da Juventude, Kátia Simões, o programa Fica Vivo! realiza anualmente uma exposição de grafite em centros culturais consagrados, como o Museu de Artes e Ofícios e o Palácio das Artes. O objetivo é legitimar o grafite como uma arte, além de promover o acesso dos jovens a lugares que são tidos como públicos, mas pelos quais eles normalmente não circulam. “O mais importante, no entanto, é expandir a discussão sobre juventude, violência e prevenção à criminalidade”, diz.



Para a diretora Kátia Simões, o grande desafio de políticas públicas para a juventude é propor e articular possibilidades e propostas para uma massa de jovens, sem, contudo despeitar o singular e subjetivo de cada um. Outra busca constante é fazer com que cada jovem participante das ações do Fica Vivo! (oficinas, atendimentos ou capacitação/formação) encontre no programa um parceiro na construção de um novo percurso.



A Exposição de Grafite do Fica Vivo! seguirá para o Centro Cultural São Bernardo, que irá receber, dos dias 4 a 29 de maio, as telas produzidas nas oficinas do NPC Conjunto Felicidade. O próximo passo será em direção ao Centro Cultural Vila Marçola, onde serão expostas, na segunda quinzena de maio, as telas do NPC Serra.



Sobre o Fica Vivo



O programa Fica Vivo! foi criado em 2003 e hoje está presente em 27 Núcleos de Prevenção à Criminalidade (NPC) da capital, região metropolitana e interior do Estado. Em 2009, quase 20 mil jovens participaram das atividades do Fica Vivo! em diversas modalidades esportivas e culturais, num total de 637 oficinas. Nas áreas onde o Fica Vivo foi instalado, houve redução de até 50% do total do número de homicídios.


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