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sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Região Metropolitana de Belo Horizonte terá Samu unificado






Belo Horizonte e 106 municípios de seu entorno terão, a partir de janeiro de 2010, um atendimento unificado de urgência e emergência. A região metropolitana será a segunda de Minas Gerais a contar com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Macrorregional. Para colocá-lo em prática, o Governo de Minas, junto com o governo federal e as prefeituras, investirão aproximadamente R$ 90 milhões.



Está previsto a aquisição de 94 ambulâncias e a contratação de dois mil profissionais de saúde. A forma como esses investimentos serão empregados começou a ser definida nesta quinta-feira (17). Representantes dos hospitais, das prefeituras e da Secretaria de Estado de Saúde (SES) se reuniram em Belo Horizonte para criar o Comitê Gestor Regional de Urgência e Emergência.



Esse comitê está incumbido de erguer toda a logística do atendimento único, como a criação de uma central única de chamadas e a distribuição de recursos entre os hospitais da região. Cabe também ao comitê integrar as unidades de saúde, desde os postos de pequeno porte até os grandes centros hospitalares.



A implantação do Samu Macrorregional no Centro do Estado impõe dois desafios principais, avalia Welfane Cordeiro, coordenador estadual de Urgência e Emergência. O primeiro é que o foco da rede tem que ser na pessoa. “Temos que desenvolver uma logística que possibilite que uma pessoa que enfarta, por exemplo, seja encaminhada ao local adequado no menor tempo possível”.



O segundo desafio está no primeiro atendimento. Segundo Cordeiro, os grandes hospitais não podem ficar reféns dos casos de urgência. Os postos de saúde e os pequenos centros precisam ser mais bem equipados, e dispor de profissionais qualificados, para que absorvam parte significativa das emergências. Dos mais de 600 hospitais que existem na região, pouco mais de 100 são solicitados para os primeiros atendimentos. “Com as chamadas de urgência concentradas em uma única central, os casos serão distribuídos de maneira mais correta”.



A idéia também é desafogar os grandes municípios. Das 107 cidades que fazem parte da macrorregião, apenas seis usufruem de atendimento móvel. O serviço em Belo Horizonte, que dispõe de 24 ambulâncias, acaba sobrecarregado, atendendo toda a região metropolitana mais as estradas que a circundam. Os hospitais da capital passam a atender acima de sua real capacidade, de acordo com o gerente da Clínica Cirúrgica do Hospital Odilon Behrens, Bruno Belezia.



Segundo o gerente, é muito comum que um acidentado ou um paciente seja direcionado para os hospitais de Belo Horizonte, mesmo que outros centros, de outras cidades, estejam aptos para realizar o atendimento. “Com o SAMU unificado, este quadro muda. Todos os recursos hospitalares da região serão otimizados”, diz.



O sistema unificado também gera economia. O Estado e outros poderes públicos não precisariam colocar em todos os pequenos centros equipamentos de última geração. Bastariam equipar alguns e canalizar para eles as demandas mais próximas, através do controle central.



Abrangência



O Samu Macrorregional do Centro será o segundo do Estado. O primeiro é o da região Norte, que engloba 86 municípios. O anúncio de sua criação ocorreu em abril deste ano, em Montes Claros, quando o secretário de Estado de Saúde, Marcus Pestana, anunciou o investimento de R$ 50 milhões e a compra de 38 ambulâncias.



“Estamos avançando naquilo que é considerado o calcanhar de Aquiles do SUS, que é o atendimento de urgência e emergência. Trata-se de um serviço extremamente importante, já que é justamente através dele que se pode, muitas vezes, salvar a vida humana. É com a implantação dessa rede que poderemos encaminhar o paciente ao ponto certo de assistência no menor tempo possível”, disse o secretário na época.



Outras áreas do Estado também receberão o serviço unificado. O objetivo do Governo é que, até o final de 2010, três macrorregiões mineiras já usufruam do benefício. A terceira seria a Centro-Sul, cujo processo de organização começa a dar contornos. Segundo a Coordenadoria Estadual de Urgência e Emergência, os gestores médicos e os representantes municipais estão estudando as possibilidades e os custos de se instalar um sistema de atendimento emergencial que englobe os municípios da macrorregião.



Para que todo o Estado seja abrangido, será preciso que a experiência do Norte de Minas e da região Central seja criada em mais cinco macrorregiões. “Nós não conseguiremos fazer isso nesse governo, mas avançaremos bem. Nossa pretensão é que todos os 853 municípios mineiros sejam atendidos”, explica Welfane Cordeiro.



Samu



A origem do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) remota o ano de 1995. Criado pelo Ministério da Saúde existe em todo o Brasil. Seu objetivo é oferecer agilidade no atendimento a situações de urgência, como infarto, acidentes automobilísticos e surtos psiquiátricos. Busca garantir a sobrevida do paciente no local da prestação do socorro e que ele sofra o mínimo de sequelas.



Para que o Samu Macrorregional aperfeiçoe esse serviço, os profissionais de saúde são treinados para atuar segundo o Protocolo de Manchester, um método rápido de identificação dos doentes, permitindo atender, em primeiro lugar, os mais graves. Assim que chega ao serviço, o cidadão é encaminhado para um setor de triagem, onde é questionado sobre o motivo da ida à urgência. A observação inicial irá identificar sinais que permitam atribuir um grau de prioridade clínica no atendimento e o tempo alvo recomendado. O doente é identificado com uma cor. Os com patologias mais graves, por exemplo, são classificados como vermelho e recebem atendimento imediato.


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