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terça-feira, 24 de novembro de 2009

PSDB: Aproximação com Ahmadinejad é erro primário


Parlamentares apontam falhas
na política externa petista

Fonte: Agência Tucana


O presidente Lula está comprometendo a imagem do Itamaraty ao estabelecer relações privilegiadas com ditadores como Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã.



A avaliação é do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), para quem o encontro desta segunda-feira em Brasília entre os dois chefes de Estado não trará qualquer tipo de benefício – seja econômico ou político – ao País.



"Não consigo vislumbrar qualquer tipo de ganho para o Brasil. Em protesto com a postura de Ahmadinejad, decidi não recepcioná-lo no Senado", afirmou Virgílio ao se referir às declarações do iraniano negando a existência do holocausto e o direito das mulheres e de homossexuais.






Senador Arthur Virgílio





Na avaliação do líder do partido, a área internacional do governo Lula está cometendo um erro primário ao pautar as relações externas com base na "amizade" ou no viés "ideológico" em detrimento dos interesses do Brasil.



Virgílio lembrou que o presidente do Irã chamou, recentemente, o presidente Lula de amigo, comportamento semelhante ao adotado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.



"Trata-se de um primarismo de ambas as partes. Em política externa, o que existe são interesses. O presidente Lula não pode se comportar como se estivesse conversando na esquina com amigos", advertiu Virgílio, que é diplomata de carreira formado pelo Instituto Rio Branco.



Opinião semelhante tem o senador Alvaro Dias (PR). Para ele, o presidente Lula está prestando um "desserviço à democracia" ao estabelecer laços de cumplicidade com o presidente Ahmadinejad.



Na opinião do parlamentar, a atitude do petista é um desrespeito à luta dos brasileiros pela redemocratização. "Lula está compactuando com um ditador. Uma coisa é manter relações diplomáticas com países de regimes ditatoriais. Outra coisa é recebê-los com honras como o presidente brasileiro está fazendo", advertiu.



Alvaro classificou de "perigosas" as relações firmadas pelo governo Lula e países em que a democracia está fragilizada. "Esse encontro de hoje está repercutindo no mundo todo e sendo rejeitado por aqueles que lutam pelos valores da democracia."



Na opinião do deputado Jutahy Junior (BA), é um equívoco dar “legitimidade e palanque” ao presidente iraniano cujas ideias vão de encontro à tradição brasileira de se opor a preconceitos religiosos, étnicos e de diversidade sexual. O parlamentar acrescenta que o Brasil lutou contra o nazismo e o fascismo na Segunda Guerra Mundial e sempre considerou o holocausto um dos maiores crimes da humanidade.



“O Brasil também teve uma participação especial na criação do Estado de Israel, através da atuação [do diplomata] Osvaldo Aranha (1894-1960) junto à Organização das Nações Unidas (ONU)”, relembrou. Ao lado do deputado Marcelo Itagiba (RJ), Jutahy participou neste domingo no Rio de Janeiro de uma manifestação contra a presença do iraniano no Brasil.



A exemplo dos parlamentares do PSDB, o governador de São Paulo, José Serra, disse que a visita do presidente do Irã traz desconforto ao País por se tratar de um "chefe de um regime ditatorial e repressivo".



Em artigo publicado nesta segunda-feira no jornal Folha de S. Paulo, Serra lembrou que presidente Ahmadinejad foi reconduzido ao poder por eleições "notoriamente fraudulentas". Disse ainda que o iraniano simboliza a negação do pacifismo e dos direitos humanos, valores que sempre marcaram a política externa brasileira.



Ahmadinejad é um dos líderes mais questionados do mundo. Alguns fatos contribuíram para isso. O iraniano está escondendo suas plantas nucleares, já negou o holocausto e é contra os homossexuais por questões religiosas.



Ele também foi acusado de ter fraudado eleições e bateu com força em quem foi contra a sua eleição – uma estudante foi morta no meio da rua e o vídeo pôde ser visto no mundo inteiro na internet – mas teve o aval do governo Lula que foi o único presidente do ocidente a se manifestar sobre o pleito considerando-o democrático.


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